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A importância do sentir.

Feche os olhos e apenas sinta como está a sua atmosfera interior. Quais são as sensações do corpo físico, quais pensamentos passam, quais emoções estão presentes em você, neste momento. E apenas sinta! Sem se criticar, sem julgar, sem vontade ou desejo de mudar qualquer coisa que seja, pelo menos por agora, sinta!

Como é apenas sentir o que está acontecendo dentro de você? Você faria isso por 15 minutos todos os dias?


Nossa sociedade foi ensinada a pensar, racionalizamos tudo, a mente sempre está buscando resolver as situações, e a qualquer custo tentamos nos livrar dos desconfortos internos, usamos os amortecedores da civilização contemporânea, redes sociais, Netflix, pornografia, academia, beber, fumar, comer, entre outros, ou estamos nos criticando e nos julgando por não sermos quem acreditamos que deveríamos ser ou estar.


Com isso, fomos nos desconectando de sentir. Viemos de gerações analfabetas das emoções, pessoas que não sabem o que estão sentindo, e mais do que isso querem esconder de si mesmas e dos outros, essas partes consideradas “feias” pela cultura que estamos inseridos, também como consequências de uma infância em que foi preciso guardar no inconsciente toda dor que foi sentida, pelo fato de que uma criança não tem estrutura psíquica e cerebral para lidar com traumas, abusos, rejeições… e por isso existe um processo automático que canaliza todos esses acontecimentos para o inconsciente, a caixa preta que armazena absolutamente tudo, desde que somos fetos no ventre de nossas mães.


Então, se pensarmos que essas sensações que não desejamos sentir, que julgamos e queremos nos livrar, são crianças órfãs que saem dos porões do nosso inconsciente para serem vistas e acolhidas. Talvez, possa mudar a percepção que temos sobre sentir a dor, temos mecanismos para evitar a dor a qualquer custo, mas pouco é falado sobre senti-la. Dor não é sinônimo de sofrimento, quando negamos a dor é que sofremos, quando entramos no modo luta e fuga que é ativado pelo sistema reptiliano, sofremos, pois entramos em luta com a gente mesmo, levando novamente a criança órfã que nos habita para o porão, sem nem sequer tentar sanar suas dores.


Toda vez que sentimos aquelas sensações desconfortáveis e as negamos, não parando um tempo para sentir e posteriormente elaborar, estamos afastando novamente as dores das nossas crianças, as dores que já sentimos um dia. E portanto elas sempre insistirão em vir para a superfície, a fim de saírem do inconsciente para a consciência. Sabe aquela doença crônica, sonhos repetitivos, padrões de comportamentos, tudo aquilo que insiste em se repetir? São os sintomas dessas crianças que não foram vistas por nós. 


E o primeiro e grande passo que podemos dar em direção a elas, é SENTIR. Parar de escapar ou negar as sensações ruins que nos invadem  como ondas, e ficar sentindo elas por um curto espaço de tempo. A respiração pode ser uma grande aliada nesse momento e o silêncio será seu guia nesse encontro com a sua criança interior. 


A partir dai, muitas coisas podem se transformar, mas não pense nisso agora. Apenas sinta! 


 
 
 

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