Crônica da maternidade
- Mariana Alves
- 25 de ago.
- 1 min de leitura
A Nina me ensina sobre o tempo.
Eu sempre tive pressa.
Pressa pra sair, pressa pra crescer, pressa pro tempo passar depressa. Pressa pra evoluir. Pressa pra me curar. Pressa pra resolver tudo do meu passado. Pressa pra me libertar.
A Nina é presença. É o tempo da natureza.
É passo demorado que não se apressa.
Não tem que nada. Só existe e vive.
Não tem ontem e nem amanhã.
Só existe o agora.
A minha pressa se agita pra andar logo e se adiantar. Nina segura minha mão para me levar no tempo dela. Eu ainda tento controlar.
Controlar o tempo para andar depressa.
Pra que mesmo?
Pra passar logo. Pra resolver tudo. Tudo?
Pra ficar tudo perfeito.
Respiro fundo e vou me entregando ao tempo da Nina, aprendendo com ela, me permito a viver a imperfeição da vida, no tempo da natureza divina.
Me pergunto para que tentar controlar, e também tenho pressa em me responder.
Os medos que dificultam sentir a confiança na vida, no curso do rio, no fluxo das águas, pra me soltar e boiar. Me deixar levar.
Deixar a Deusa guiar, mostrar e manifestar os milagres do mistério.
Mistério não é para ser compreendido e sim vivido.
Percebo a mente que quer entender tudo, e como os pensamentos me tomam.
Insisto em ficar no corpo e sentir.
Sentir é melhor que pensar.
Obrigada minha filha, por me ensinar a confiar na vida, a viver mais leve e soltar a mania de tentar controlar.




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