Crônica da maternidade.
- Mariana Alves
- 25 de ago.
- 2 min de leitura
Antes de engravidar eu estava pedindo para soltar um pouco dos meus emaranhados egóicos, poder olhar pro outro, e a vida me deu uma filha.
Mal eu sabia que esse era o melhor jeito de parar de olhar pro meu próprio umbigo 😅
A minha intenção consciente, era pelo meu trabalho, para me dedicar melhor às pessoas que eu atendo e servir com os meus dons e talentos.
Aos poucos estou compreendendo que o meu maior serviço nessa encarnação é ser mãe. (Lágrimas brotam dos meus olhos ao escrever essas palavras).
Eu recebi o que eu pedi da forma mais profunda e bela, pois a maternidade é a experiência mais visceral que uma mulher pode viver, e que me faz ser menos individualista a cada dia e servir a outro ser da maneira mais genuína.
Dizer que não espero nada em troca e que é um amor incondicional, ainda não coloco minha mão no fogo por mim mesma. Afinal, nem eu mesma me amo incondicionalmente, ainda, pois vira e mexe estou me criticando, me julgando quando não atendo as expectativas ideais que existem em mim.
Estou no caminho, a começar em mim, e assim poder aceitar incondicionalmente quem a Nina é e se torna a cada dia.
Mas voltando para o tópico egoístico…
Poder aceitar que eu não tenho mais a minha individualidade torna tudo mais leve, que nesse momento não cabe mais os meus longos momentos de introspecção e silêncio, as deitadas na rede para fazer nada e olhar pro céu que eu tanto amava, as noites com 8 horas de sono ininterruptas (ô saudade).
E como disse a Ivana num dos vídeos dela: “se você seguisse a vida toda com essa individualidade seria uma chata.” Sim, eu seria 😂
E muitas vezes me vejo sendo chata por ainda estar tentando segurar um fiapo ilusório dessa individualidade, que não existe mais, aquela Mariana que prezava por essa individualidade também não existe mais.
E aí eu me pergunto: o que eu teria me tornado se não fosse mãe? Provavelmente uma chata egocêntrica hahahaha.
Obrigada filha por me ajudar nessa, talvez eu teria que voltar mais uma vida pra conseguir evoluir nessa tarefa.
Então, quando eu vejo que já estou há quase uma semana sem lavar o cabelo, as unhas estão daquele jeito e as noites todas picadas, dorme, senta, amamenta, dorme de novo. Eu me lembro disso e sorrio.




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