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Crônica da maternidade.

Pela primeira vez em muitos anos, eu não sei qual é a fase da Lua, muito menos em que signo ela está. 

Eu não leio mais nada de psicanálise ou autoconhecimento, pois de tudo que já li e vivi, nunca me conheci tanto quanto na maternidade. 

O meu corpo vai se regenerando sozinho, com uma ajudinha da osteopatia 😅. Alongar e alcançar os pés ainda não consigo, e os 5 minutos de prática de yoga pós parto, na maioria dos dias não encontro o tempo necessário. 

Graças a deusa que meu cabelo não é oleoso, porque nem me lembro o dia que lavei. As unhas corto bem curtinhas pra demorar a crescer, e as cutilas já nem aumentam mais, pois não veem um alicate há meses. 

“Dorme quando o bebê dorme.” Dizem. 

Mas se tiro do colo acorda, e o ciclo se inicia novamente- mamar, verticalizar pra descer o leitinho, fazer dormir. Só ela dorme, eu a admiro. 

Eu vou tentando decifrar a linguagem dela com outros sentidos, pois a mente e a racionalidade ainda não fazem parte desta fase. E para uma mulher racional como eu, ao mesmo tempo que é desafiador, me causa tamanha presença, abertura e expansão. 

Acho que o baby blue tá passando, naveguei por águas escuras e atormentadas. Agora começo a ver um horizonte entre as nuvens, um sol que vem raiando trazendo a clareza de poder ver a beleza nesse mar do puerpério que navego. 

Escrevo esse texto somente com uma mão, pois o outro braço está servindo de colo pra Nina dormir. Acho que o mais difícil foi aceitar que esses braços, que antes eram livres e soltos, agora serão colo e sustento e estarão sempre a serviço dela. O meu corpo que antes andava sozinho, antes no ventre e agora sigo com ela grudada em minha pele. 

Mas a verdade, é que agora que o sol voltou. Eu penso como todas as mães: tá passando rápido e como é bom ter você, minha filha Nina. 

 
 
 

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