Um poema para a volta ao lar.
- Mariana Alves
- 25 de ago.
- 1 min de leitura
Me espremo
Me sinto espremida
Corredor apertado que não cabe mais a Alma
Me sinto sem escolha
Sem ser vista
Me sinto corrompida pelas forças invisíveis da vida, do passado
Mas aí eu sou a vítima?
Entreguei meu poder da mão do homem, do pai
Preciso voltar pro lar
De onde sai um dia
E não consegui voltar mais
Passei anos perambulando pelas vielas estreitas em mim mesma
Nos becos sem saída
No labirinto das dúvidas
A raiva contida
O medo engasgado
Corredor apertado
Abro o espaço com as próprias mãos
Dou passagem ao coração
Destranco a verdade que antes estava soterrada nos destroços do inconsciente
Uma chama aparece
A luz me ilumina
Me guia de volta
Pro lugar de onde eu nunca deveria ter saído
Pego nas mãos o meu diamante
Me banho nas águas
Corredor se expande, alarga
Volto pra casa
Onde estou segura
Me reencontrei comigo nesse caminho sinuoso
Me vi no passado e no futuro
Aqui e agora
Decido ser quem eu vim pra ser
Minha Alma se alegra e dança
A vida me espera
Me abraça
“Minha filha estou satisfeita.”
Descanso no colo da grandeza
Realizada em mim mesma
Sou filha
Sou mãe
Sou um pedaço da Deusa
Meu corpo meu sangue
A serviço do despertar feminino.




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